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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Conhecendo a nossa pele

A pele (cútis ou tez), em anatomia, é o órgão integrante do sistema tegumentar (junto ao cabelo e pêlos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas), que tem por principais funções a proteção dos tecidos subjacentes, regulação da temperatura somática, reserva de nutrientes e ainda conter terminações nervosas sensitivas.[1]
A pele é o revestimento externo do corpo, considerado o maior órgão do corpo humano e o mais pesado. Compõe-se da pele propriamente dita e da tela subcutânea

Anatomia

O nome anatómico internacional é cútis. A pele é o maior órgão do corpo humano, constituindo 15% do peso corporal, cobrindo quase todo o corpo à exceção dos orifícios genitais e alimentares, olhos e superfícies mucosas genitais.

Histologia

A pele apresenta três camadas: a epiderme, a derme e o hipoderme subcutâneo (tecnicamente externo à pele, mas relacionado funcionalmente). Há ainda vários órgãos anexos, como folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas; ou penas, escamas e cascos.
A pele é praticamente idêntica em todos os grupos étnicos humanos. Nos indivíduos de pele escura, os melanócitos produzem mais melanina que naqueles de pele clara, porém o seu número é semelhante.
A pele é responsável pela termorregulação, pela defesa, pela percepção e pela proteção.Ela nos protege das doenças, porém não é 100% eficaz, podendo deixar entrar larvas de esquistossomos e do ancilóstomo.


Epiderme

A epiderme é uma camada com profundidade diferente conforme a região do corpo. Zonas sujeitas a maior atrito como palmas das mãos e pés têm uma camada mais grossa (conhecida como pele glabra por não possuirem pelos), e chegam a até 2 mm de espessura.
A epiderme é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado (células escamosas em várias camadas). A célula principal é o queratinócito (ou ceratinócito), que produz a queratina. A queratina é uma proteína resistente e impermeável responsável pela proteção. Existem também ninhos de melanócitos (produtores de melanina, um pigmento castanho que absorve os raios UV); e células imunitárias, principalmente células de Langerhans, gigantes e com prolongamentos membranares.
A epiderme não possui vasos sanguíneos, porque se nela houvesse vasos ficaria mais sujeita a ser "penetrada" por microorganismos. Os nutrientes e oxigénio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme.
- A epiderme apresenta várias camadas. A origem da multiplicação celular é a camada basal. Todas as outras são constituídas de células cada vez mais diferenciadas que, com o crescimento basal, vão ficando cada vez mais periféricas, acabando por descamar e cair (uma origem importante do que se acumula nos locais onde vivem pessoas ou outros seres vivos).
- Camada basal, é o mais profundo, em contacto com derme, constituído por células cúbicas pouco diferenciadas que se dividem continuamente, dando origem a todas as outras camadas. Contém muito pouca queratina. Algumas destas células diferenciam-se e passam para as camadas mais superficiais, enquanto outras permanecem na camada basal e continuam a se dividir. - Camada espinhosa: células cúbicas ou achatadas com mais queratina que as basais. Começam a formar junções celulares umas com as outras, como desmossomas e tight junctions (daí o aspecto de espinhos). - Camada granulosa: células achatadas, com grânulos de queratina proeminentes e outros como substância extracelular e outras proteínas (colagénios). - Camada lúcida: células achatadas hialinas eosinófilas devido a grânulos muito numerosos proteicos. Estas células libertam enzimas que as digerem. A maior parte já está morta (sem núcleo). Estão presentes na pele sem folículos pilosos (pele glabra). - Camada córnea: constituído de células achatadas eosinófilas sem núcleo (mortas) com grande quantidade de filamentos, principalmente queratinas.
- A junção entre a epiderme e a derme tem forma de papilas, que dão maior superfície de contacto com a derme e maior resistência ao atrito da pele.

Órgãos anexos da epiderme

  • Folículo piloso: produz uma estrutura maciça queratinizada, o pêlo, que é produzido por células especializadas na sua raiz, constituindo o bulbo piloso. Tem músculo liso erector e terminações nervosas sensitivas associadas. Os folículos pilosos dos bigodes de alguns animais como o gato são altamente especializados como órgãos dos sentidos.

Derme

A derme é um tecido conjuntivo que sustenta a epiderme. É constituído por elementos fibrilares, como o colágeno e a elastina e outros elementos da matriz extracelular, como proteínas estruturais, glicosaminoglicanos, íons e água de solvatação. Os fibroblastos são as células envolvidas com a produção dos componentes da matriz extracelular.
A derme é subdividida em duas camadas: a camada papilar em contacto com a epiderme, formada por tecido conjuntivo frouxo, e a camada reticular, constituída por tecido conjuntivo denso não modelado, onde predominam as fibras colagenosas. É na derme que se localizam os vasos sanguíneos e linfáticos que vascularizam a epiderme e também os nervos e os órgãos sensoriais a eles associados. Estes incluem vários tipos de sensores:
  1. Corpúsculo de Vater-Pacini, sensíveis à pressão.
  2. Corpúsculo de Meissner com função de detecção de pressões de frequência diferente.
  3. Corpúsculo de Krause, sensíveis ao frio (pele glabra).
  4. Órgão de Ruffini, sensíveis ao calor.
  5. Célula de Merckel, sensíveis a tacto e pressão.
  6. Folículo piloso, com terminações nervosas associadas.
  7. Terminação nervosa livre, com dendritos livres sensíveis à dor e temperatura.
A hipoderme, já não faz parte da pele. É constituída por tecido adiposo que protege contra o frio.
É um tecido conjuntivo frouxo ou adiposo que faz conexão entre a derme e a fáscia muscular e a camada de tecido adiposo é variável à pessoa e localização.
Funções: reservatório energético; isolante térmico; modela superfície corporal; absorção de choque e fixação dos órgãos.
Camadas
  • Areolar: superficial; adipócitos globulares e volumosos e numerosos e delicados vasos.
  • Lâmina fibrosa: separa a camada areolar da lamelar.
  • Lamelar: mais profunda; aumento da espessura com ganho de peso (hiperplasia).
  • Pele mista: ocorrência de pele graxa na zona central do rosto e pele alípica nas bochechas.

Fisiologia (função)

A pele é um órgão muito mais complexo do que aparenta. A sua função principal é a protecção do organismo das ameaças externas físicas. No entanto, ela tem também funções imunitárias, é o principal órgão da regulação do calor, protegendo contra a desidratação. Tem também funções nervosas, constituindo o sentido do tacto e metabólicas, como a produção da vitamina D.

Protecção física

A epiderme secreta proteínas e lípidos (a principal, é a queratina) que protegem contra a invasão por parasitas e a injúria mecânica e o atrito. Contra esta também é fundamental o tecido conjuntivo da derme, no qual os fibrócitos depositam proteínas fibrilares com propriedades de resistência à tracção e elasticidade, como os colagénios e a elastina. A melanina produzida pelos seus melanócitos protege contra a radiação, principalmente UV. Sua quantidade aumentada produz o bronzeamento da pele.

Proteção da desidratação

Uma das funções vitais da pele é a proteção contra a desidratação. Os seres humanos são animais terrestres, e necessitam proteger os seus corpos, compostos principalmente por água, contra a evaporação excessiva e desidratação e o subsequente choque hipovolémico e morte, que seriam inevitáveis num meio seco e quente. É comum vítimas de queimaduras graves entrarem em choque hipovolémico (sangue com pouco volume devido à perda de água) se perderem superfície cutânea extensamente. A pele protege da desidratação por dois mecanismos. As junções celulares como tight junctions e desmossomas dão coesão às células da epiderme e a sua superfície contínua de membrana lipídica impede a saída de água (que não se mistura com lípidos).

Regulação da temperatura corporal

A pele também é o principal órgão da regulação da temperatura corporal através de diversos mecanismos:
  1. Os vasos sangüíneos subcutâneos contraem-se com o frio e dilatam-se com o calor, de modo a minimizar ou maximizar as perdas de calor.
  2. Os folicúlos pilosos têm músculos que produzem a sua erecção com o frio ("pele de galinha"), aprisionando bolhas de ar estático junto à pele que retarda as trocas de calor - um mecanismo mais eficaz nos nossos antepassados mais peludos.
  3. As glândulas sudoríparas secretam líquido aquoso cuja evaporação diminui a temperatura superficial do corpo.
  4. A presença de tecido adiposo (gordura) subcutâneo protege contra o frio uma vez que a gordura é má condutora de calor.

Como órgão imunitário

A pele é um órgão importante do sistema imunitário. Ela alberga diversos tipos de leucócitos. Há linfócitos que regulam a resposta imunitária e desenvolvem respostas específicas; células apresentadoras de antigénio (histiócitos ou células de Langerhans) que recolhem moléculas estranhas (possíveis invasores) que levam para os gânglios linfáticos onde as presentam aos linfócitos CD4+; mastócitos envolvidos em reacções alérgicas e luta contra parasitas.

Funções metabólicas

As funções metabólicas da pele são importantes. É lá que é fabricada, numa reacção dependente da luz solar, a vitamina D, uma vitamina essencial para o metabolismo do cálcio e portanto na formação/manutenção saudável dos ossos.

Como órgão dos sentidos

Finalmente, a pele também é um órgão sensorial, constituindo o sentido do tacto. Ela apresenta numerosas terminações nervosas, algumas livres, outras com comunicação com órgãos sensoriais especializados, como células de Merckel, folículos pilosos. A pele tem capacidade de detectar sinais que criam as percepções da temperatura, movimento, pressão e dor. É um órgão importante na função sexual.

Ciclo celular da pele

A pele normal produz cerca de 1250 células por dia para cada centímetro quadrado e essas células são provenientes de 27000 células; a pele do doente de psoríase produz 35000 novas células a cada dia para cada centímetro quadrado e essas células provêm de 52000 células. A duração normal do ciclo celular da pele é de 311 horas, mas se reduz para 36 na pele psoriática.

Envelhecimento (rugas)

Quando há envelhecimento do indivíduo, são formados dois tipos de rugosidades na pele:
  1. Rugas de expressão
  2. Rugas de envelhecimento 
Os sulcos de expressão surgem em conseqüência da repetição constante de determinados movimentos faciais (como frangir a testa), ao passo que as de idade se originam por conta do afrouxamento da musculatura e da própria pele com influência da gravidade.
A Medicina estética cuida dos efeitos das rugas nas pessoas, quer através de cirurgias plásticas, quer através de tratamentos, como a aplicação da toxina botulínica, hidratantes, etc.

fonte: Wikipédia

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