Queridos visitantes,
Este blog está direcionado a informação sobre problemas ambientais e de saúde. Recebo muitos posts pedindo ajuda mas infelizmente não é possíve realizar "consultas virtuais". Mandem suas dúvidas mas não me peçam orientação de tratamento. Tentarei ajudar até o limite da ética. Obrigada

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O que é artrite?


Artrite significa inflamação nas juntas. Ela pode ocorrer em uma ou em várias articulações ao mesmo tempo e se caracteriza por inchaço, vermelhidão e dor persistente na região afetada. Esses são apenas alguns dos sintomas apresentados e podem indicar a manifestação de uma série de doenças. Um dos tipos mais comuns é a artrite reumatóide (AR).

Esse tipo de artrite tem como característica as inflamações freqüentes de várias juntas ao mesmo tempo. É uma doença crônica provocada por uma alteração do sistema imune, o responsável pela defesa do nosso organismo. Devido a essa alteração, em vez de apenas nos proteger contra vírus, bactérias e outros "agentes invasores", o sistema imune passa a atacar tecidos saudáveis, promovendo inflamações em algumas partes do corpo.

Geralmente, em portadores de artrite reumatóide, as inflamações começam na membrana que envolve parcialmente as articulações, conhecida como membrana sinovial. Se não diagnosticadas e tratadas adequadamente, essas inflamações causam lesões, que podem evoluir para cartilagens, ossos e outros órgãos, causando dor, perda dos movimentos e deformidades. 


No entanto, assim como as pessoas são muito diferentes entre si, a artrite reumatóide atinge os portadores da doença cada um de uma maneira. Por isso, para alguns ela pode se manifestar de forma branda e esporádica, enquanto que outros apresentam sintomas mais intensos e freqüentes. Além disso, existe hoje uma série de tratamentos e ações que podem aumentar a qualidade de vida dos pacientes, tornando o convívio com a doença mais fácil.

Causas e sintomas

Sabe-se que a artrite reumatóide é uma doença auto-imune, ou seja, uma patologia na qual o sistema de defesa da pessoa passa a atacar o próprio organismo. No entanto, os médicos ainda não têm conhecimento sobre o que desencadeia essa reação desequilibrada.

O que a medicina conseguiu apurar até agora é que a artrite reumatóide não é uma doença contagiosa nem passa diretamente de pais para filho. Na verdade, o que pode ser herdado geneticamente é a tendência a desenvolver a doença. Também têm sido feitos estudos para se verificar a influência de fatores externos e hormonais no aparecimento da AR.

O principal sintoma de quem tem artrite reumatóide são as dores persistentes nas juntas, que podem aparecer nas mãos, punhos, cotovelos, ombros, quadris, joelhos, tornozelos, pés e na mandíbula (articulação têmporo-mandibular). Essas dores são acompanhadas de inchaço e calor nas regiões afetadas e dificultam atividades do dia-a-dia, como escrever, se vestir e até mesmo dormir. Muitos pacientes se queixam de fadiga, febre, falta de apetite e rigidez matinal.

Embora com menos freqüência, existem casos em que ocorre secura na boca e nos olhos (síndrome de Sjögren), gerada pela inflamação das glândulas de saliva e lágrima. Outros sintomas raros são inflamações nos olhos (episclerite), nódulos embaixo da pele (nódulos reumatóides), inflamações das pleuras (revestimento dos pulmões), do pericárdio (revestimento do coração) e dos vasos sanguíneos (vasculite).

É muito importante consultar um médico ao notar o aparecimento ou persistência desses sintomas pois, quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, menores as chances de evolução da doença.

Tipos de artrite

Existem mais de 100 tipos de artrite, que podem ser a manifestação de doenças diferentes. Vamos conhecer um pouco mais sobre aquelas que afetam o maior número de pessoas:

A mais comum é a artrose (ou osteoartrite), que ataca geralmente os joelhos, quadris e as mãos, gerando o desgaste dessas articulações e causando mais dor durante os dias frios. Ela é mais comum em idosos, mas pode ser diagnosticada em pessoas mais jovens. A artrose também pode ser causada por uma infecção muito forte ou mesmo por um trauma na região afetada. 


Já a gota ocorre com mais freqüência em homens acima dos 40 anos e está relacionada com o aumento de ácido úrico no sangue. O excesso dessa substância no sangue provoca o acúmulo de cristais nos tecidos, em especial nas articulações e nos rins. Pacientes com gota devem ter um cuidado especial com a alimentação para evitar crises ou a evolução da doença para um quadro crônico. 


Mais comum em mulheres acima dos 30 anos, a fibromialgia atinge cerca de 5% da população e é um desafio para os médicos. Afinal, a doença causa dor nas juntas (e muitas vezes no corpo todo), fadiga e distúrbios no sono, mas não há como diagnosticá-la por meio de exames laboratoriais. Muitos pacientes passam por diversos consultórios antes de receber diagnóstico e tratamento adequados. 



 
A artrite também pode ser sintoma de lúpus eritematoso, uma doença auto-imune que afeta os tecidos de todo o organismo. O lúpus eritematoso é mais comum em mulheres jovens, em idade fértil, por isso acredita-se que seu aparecimento esteja ligado a alterações hormonais. Seus sintomas também variam de pessoa para pessoa e incluem manchas na pele, fadiga, dor e inflamação nas juntas. 



A artrite reumatóide juvenil é a forma mais comum de artrite em crianças e adolescentes e apresenta sintomas que variam de paciente a paciente. Não se conhecem suas causas, mas acredita-se que a tendência a desenvolvê-la seja transmitida hereditariamente e a doença seja desencadeada por fatores ainda desconhecidos. Quando diagnosticada e tratada corretamente, a criança tem a possibilidade de crescer e desenvolver-se normalmente. 



Já a artrite reumatóide atinge as mulheres com mais freqüência, porém todos podem desenvolvê-la. Seja em jovens ou idosos, a artrite reumatóide ocorre em todos os grupos étnicos e em todas as partes do mundo. Os sintomas apresentados variam de pessoa para pessoa, assim como a intensidade e a evolução da doença. Em todo este site você vai encontrar informações sobre a artrite reumatóide e como conviver com ela, melhorando sua qualidade de vida.


Diagnóstico

Normalmente, o diagnóstico da artrite reumatóide é feito pelo reumatologista, o médico especialista no tratamento das doenças que atingem as articulações e os ossos. A conversa entre médico e paciente é o ponto de partida para qualquer diagnóstico. É por meio dela que o médico fica sabendo dos sintomas e de outras ocorrências que podem ajudá-lo a chegar a algumas conclusões. A seguir, ele faz o exame físico para observar as juntas e a existência de outras evidências que indiquem o que está acontecendo.

Depois são realizados exames laboratoriais, que vão mostrar o grau das inflamações e outros fatores que podem identificar a natureza da artrite (se ela é causada por artrite reumatóide, artrose, lúpus etc). O médico também pede radiografias, que podem apresentar alterações ósseas próximas às articulações e outras lesões.

Geralmente, um paciente é diagnosticado como portador de artrite reumatóide quando apresenta, ao mesmo tempo:
  • artrite por mais de 6 semanas;
  • nódulos reumáticos sob a pele;
  • erosão das juntas nas radiografias;
  • resultado positivo no exame de sangue para um anticorpo conhecido com fator reumatóide.
No entanto, é possível que uma pessoa com artrite reumatóide tenha só alguns ou mesmo nenhum desses sintomas. Lembre-se que eles variam muito entre os pacientes e só mesmo um médico pode fazer o diagnóstico correto e decidir qual o melhor tratamento para cada caso.

Tratamento

A artrite reumatóide é uma doença crônica, isto é, vai acompanhá-lo ao longo de sua vida.

No entanto, ao receber o tratamento adequado, você evita ou minimiza os impactos da AR no organismo. Por isso, conversar com o médico regularmente, seguir suas orientações e tirar dúvidas é muito importante para que seu tratamento seja efetivo.

Além disso, a ciência tem conseguido avanços significativos tanto no entendimento da doença quanto na descoberta de medicamentos e terapias que garantem diminuição da dor, reduzem a progressão da doença e melhoram consideravelmente a qualidade de vida de quem tem AR.

Hoje existe uma variedade muito grande de medicamentos que são utilizados com sucesso no tratamento da artrite reumatóide. Isso acontece pois cada paciente desenvolve a doença de uma forma e, assim, o que serve para uma pessoa pode não fazer efeito em outra. Por isso, somente um médico pode identificar o que é melhor para seu caso, selecionando quais drogas são indicadas para você em cada momento do tratamento.

Os remédios para tratamento da artrite reumatóide são divididos em Medicamentos sintomáticos e Drogas modificadoras do curso da doença (DMARDs). Normalmente, o seu reumatologista irá indicar uma combinação de dois ou mais medicamentos, de acordo com as necessidades do seu organismo, e depois vai acompanhar suas respostas ao tratamento, solicitando exames periodicamente.

Para que seu tratamento seja satisfatório e atenda às suas expectativas, é muito importante que você leve em consideração os seguintes pontos:
  • alguns remédios chegam a demorar meses para que possamos perceber seus efeitos. Por isso, não pare o tratamento se não notar resultados e, principalmente, não faça isso sem o consentimento de seu médico;
  • todo medicamento, mesmo aqueles vendidos sem receita médica, pode causar efeitos colaterais. Assim, você deve relatar a seu médico qualquer reação inesperada durante o tratamento;
  • antes de começar a tomar os novos remédios, fale com seu médico sobre outros medicamentos que já esteja tomando e pergunte sobre as possíveis reações de cada droga que você terá de tomar;
  • a maioria dos medicamentos, seja qual for sua aplicação, não é recomendada para gestantes, por isso, fale com seu médico sobre métodos de controle de natalidade que você pode usar durante o tratamento e o que deve fazer quando decidir ter filhos;
  • conte sempre com seu médico, ele sempre será o principal aliado na busca pelas melhores opções de tratamento e uma melhor qualidade de vida.
Tratamentos alternativos

 fonte: site Sanofi Aventis

Hepatite C tem altos índices de infecção entre ex-atletas


São Paulo, 17 de Março de 2010
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP mostrou que entre ex-atletas, profissionais ou amadores, que atuaram nas décadas de 1950, 1960, e 1970, existe uma alta prevalência de infecção do vírus da hepatite C. De acordo com o professor Afonso Dinis Costa Passos, que coordenou o estudo, isso se deve principalmente à aplicação de drogas injetáveis e ao compartilhamento de seringas. “Naqueles tempos era mais comum a aplicação de vitaminas e estimulantes nos atletas. As seringas eram de vidro e para a desinfecção passavam por um processo de fervura”, conta.
A pesquisa envolveu 208 pessoas, todos ex-atletas profissionais ou amadores, de futebol e basquete, de Ribeirão Preto e de outras quatro cidades próximas. O trabalho de coleta de sangue foi realizado entre os anos de 2004 e 2007. De acordo com os resultados, entre as 208 pessoas analisadas, 15 delas (7,2%) foram diagnosticadas com a infecção. “Entre os 63 ex-atletas profissionais avaliados, 32 declararam ter tomado estimulantes injetáveis quando estavam em atividade e 21,9% deles mostraram resultados positivos para a doença”, revela o professor. Entre os 31 que não tomaram medicações injetáveis, nenhum apresentou a infecção.
Entre os 145 ex-atletas amadores, 19 declararam uso de medicação injetável, sendo que 36,8% deles apresentaram resultados positivos para a hepatite C. “Dos 126 que não tomavam drogas injetáveis, apenas um (0,8%) tinha a infecção”, lembra Passos.
Procedimento normal
Segundo o professor, era frequente que os atletas da época tomassem medicações, vitaminas ou estimulantes injetáveis. “Era muito comum também jogadores de futebol serem medicados por infiltrações de corticóides”, relata.
Além disso, ele lembra que a hepatite C é uma doença “silenciosa”. “Na maioria das vezes ela não apresenta um quadro agudo, por isso muitos ex-atletas podem ter a doença e sequer saber disso. O vírus pode permanecer na pessoa por 20 ou 30 anos sem que ela tenha qualquer sintoma. Mas os efeitos posteriores podem ser desde uma cirrose hepática até um câncer de fígado”, alerta.
Passos lembra que muitos ex-atletas estão contaminados pelo vírus da doença e não têm conhecimento disso. “Eles não buscam tratamento por não saberem que estão doentes”, lembra o professor. Segundo ele, a pesquisa vem confirmar observações anteriores realizadas no estado da Bahia e no Mato Grosso, que sugeriam associação entre uso de prévio de estimulantes injetáveis e hepatite C entre ex-atletas.
Recentemente, duas entidades estiveram reunidas para analisar a situação e deflagrar uma campanha nacional sobre o tema. Representantes da Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP) e da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) realizaram um encontro visando lançar uma campanha de conscientização para alertar atletas que atuaram entre os anos 1960 e 1980 para o risco de estarem contaminados. A campanha deverá contar com a participação dos tricampeões da Copa do Mundo de 1970.

fonte: site Medical service

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Uso de células tronco para queimaduras

 

A célula-tronco mesenquimal, que vem de um precursor da medula óssea,acelera cicatrização de feridas geradas por queimaduras graves, conforme constatado por pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. O estudo utilizou as células-tronco em ratos que tinham queimaduras de terceiro grau em aproximadamente 40% da superfície corporal queimada. No teste, houve ratos que receberam as células e os que não receberam, sendo que ambos tinham sofrido queimaduras. Enquanto no segundo grupo os animais tiveram uma porcentagem de cicatrização de 80%, 60 dias após a queimadura , no primeiro grupo quase todos  tiveram 100% da superfície queimada cicatrizada nesse período.

“O efeito se deve ao uso das células-tronco mesenquimais,  que são responsáveis por gerar tecidos da linhagem mesodérmica, como osso, cartilagem, músculo e derme”, explica a bióloga Carolina Caliari Oliveira, autora da pesquisa.
Ela comenta que ainda não se sabe exatamente como a célula atua no corpo de modo a agilizar a cicatrização. Uma das hipóteses está relacionada a um dos efeitos que a célula ocasiona. Carolina percebeu que os animais tratados apresentaram maior quantidade de tecido de granulação (tecido provisório que é formado quando há alguma lesão) e de vasos sanguíneos na região queimada após o tratamento, o que pode ajudar na cicatrização.
Além da cicatrização mais rápida, os animais tratados também apresentaram melhorias quanto a outros efeitos de queimadura grave. “A queimadura dessa gravidade comumente causa efeitos sistêmicos como hipermetabolismo e a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), que é uma inflamação exagerada. Em um segundo momento, o grande queimado desenvolve imunossupressão sistêmica, que diminui a resposta imunológica do paciente, deixando-o sujeito a infecções graves”, aponta Carolina. A bióloga explica que a célula mesenquimal pode ser capaz de suprimir a resposta imunológica exagerada num primeiro momento, ajudando a controlar a SIRS.
Além disso, no estudo se observou que no sétimo dia após a queimadura os ratos tratados mantiveram o equilíbrio de células do sistema imunológico. Segundo Carolina, a manutenção do equilíbrio entre as células TCD4 e TCD8, ambos linfócitos, é importante para um bom prognóstico do paciente queimado. “Após queimaduras graves, a quantidade de linfócitos TCD8 pode aumentar consideravelmente, o que não é bom para o paciente. As células mesenquimais podem ter auxiliado no equilíbrio original deles, com mais TCD4 e menos TCD8″.
Tratamento
As células-tronco mesenquimais usadas advieram de medulas ósseas de camundongos, as quais foram cultivadas em laboratório. Elas são colocadas em placas de cultivo feitas de plástico. Quando cultivadas em um meio de cultura especial, após alguns dias e certos procedimentos, somente as células mesenquimais aderem ao plástico das placas de cultivo. Depois, aplicam-se com uma seringa as células-troncos mesenquimais ao redor das regiões queimadas.
A pesquisa fez parte da dissertação de mestrado de Carolina pela FMRP, sob orientação do professor Júlio César Voltarelli. A bióloga destaca que seu estudo foi o primeiro a testar as células mesenquimais em modelo experimental de queimaduras graves. Sobre a aplicação em seres humanos, ela comenta que “o modelo experimental não é perfeito, mas é a melhor ferramenta que dispomos para mimetizar o que acontece com seres humanos”.
A biologa pretende dar continuidade ao seu estudo em seu doutorado pela FMRP. “A ideia agora é utilizar células mesenquimais de seres humanos, que podem ser obtidas da veia do cordão umbilical e do tecido adiposo”.

fonte:site Redenoticia

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Efeitos do cigarro no corpo humano

Excelente Vídeo produzido na USP sobre o efeito do cigarro no nosso organismo.
Vale a pena assistir.


sábado, 20 de novembro de 2010

Obesidade e a Cirurgia Bariátrica (Redução do estômago)


A obesidade é hoje reconhecida com um problema de saúde importante, afetando mais de 30% da população adulta nos EUA. O número e a variedade de dietas, os clubes de ginásticas, os centros de tratamento de obesidade com hipnose, uso de drogas que diminuem o apetite, testemunham a grande dificuldade que os pacientes têm para perder peso. Muitas destas técnicas podem ter sucesso em doentes com obesidade. Todavia, nos pacientes com obesidade severa ou mórbida, o sucesso destas terapias é menor que 1%.

Em qualquer tipo de cirurgia há um risco de complicações e mesmo de mortalidade. Em 1400 casos estudados desde 1993, em uma clínica nos Estados Unidos, o risco de mortalidade foi de 0,17%; porém os índices de milhares de cirurgias desse tipo feitas no mundo demonstram um índice de mortalidade menor do que 1%. Infecção da parede abdominal ocorre raramente. Deiscências de anastomoses ou da bolsa criada são raros mas podem ocorrer. A obstrução pode ocorrer, havendo necessidade de nova cirurgia. A embolia pulmonar apesar da prevenção com heparina usada pode ocorrer. As úlceras gastroduodenais podem ocorrer em fumantes ou pessoas que ingerem o álcool diariamente e excessivamente. As deiscências nas linhas dos grampeadores hoje ocorrem mais raramente.

A obesidade é hoje reconhecida com um problema de saúde importante, afetando mais de 30% da população adulta nos EUA. O número e a variedade de dietas, os clubes de ginásticas, os centros de tratamento de obesidade com hipnose, uso de drogas que diminuem o apetite, testemunham a grande dificuldade que os pacientes têm para perder peso. Muitas destas técnicas podem ter sucesso em doentes com obesidade. Todavia, nos pacientes com obesidade severa ou mórbida, o sucesso destas terapias é menor que 1%.

Em qualquer tipo de cirurgia há um risco de complicações e mesmo de mortalidade. Em 1400 casos estudados desde 1993, em uma clínica nos Estados Unidos, o risco de mortalidade foi de 0,17%; porém os índices de milhares de cirurgias desse tipo feitas no mundo demonstram um índice de mortalidade menor do que 1%. Infecção da parede abdominal ocorre raramente. Deiscências de anastomoses ou da bolsa criada são raros mas podem ocorrer. A obstrução pode ocorrer, havendo necessidade de nova cirurgia. A embolia pulmonar apesar da prevenção com heparina usada pode ocorrer. As úlceras gastroduodenais podem ocorrer em fumantes ou pessoas que ingerem o álcool diariamente e excessivamente. As deiscências nas linhas dos grampeadores hoje ocorrem mais raramente.

INDICAÇÃO
Critérios para a Indicação da Cirurgia na Obesidade Severa
Embora possam ocorrer exceções, os seguintes critérios são utilizados para a realização do tratamento cirúrgico:

1. Tratamento prévio clínico com acompanhamento médico, com uso de drogas, exercícios, etc. e que resultaram em fracasso (isso ocorre em 89% dos pacientes obesos mórbidos).
2. Ausência de outras condições mórbidas que possam contra-indicar uma cirurgia.
3. Pacientes com IMC maior que 40.
4. Pacientes com IMC entre (35 - 40), mas que tenham outras condições graves em que a perda de peso será fundamental para o tratamento desses problemas.

Algumas condições mórbidas (diabetes, hipertensão arterial), são agravadas pela obesidade e portanto, não se constituem em contra indicação para o tratamento cirúrgico, mas na realidade são indicações para a cirurgia. Doenças psiquiátricas graves são contra indicação para tratamento cirúrgico, a menos que, segundo avaliação psiquiatra, o problema esteja estável ou com melhora evidente.

Estudos mais recentes tem demonstrado que as alterações psicológicas dos obesos mórbidos não diferem geralmente das encontradas na população de peso normal. Os sintomas psicológicos como baixa auto estima, frustração, ansiedade e depressão moderada estão presentes em algum grau em muitos pacientes com obesidade mórbida. Esses sintomas geralmente melhoram após as cirurgias para a redução do peso.

TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO
Balão Intragástrico

É um procedimento não cirúrgico que pode ser utilizado para os pacientes que não tem indicação da cirurgia, ou para pacientes com excesso de peso de 40%, e que passaram por vários tratamentos clínicos, ou passaram por SPA e que não querem mais participar dessas modalidades de tratamento. É um procedimento a nível ambulatorial, em que o paciente fica de duas a três horas na Clínica e depois volta para casa com uma orientação por escrito, de dietas e cuidados a serem seguidos.

A média de perda de peso para pacientes de até 110 à 120 Kg é de 18 à 20 Kg para os homens e 14 à 15 Kg para as mulheres. Porém os pacientes que não seguirem a dieta ou não praticarem atividade física, regularmente, podem perder menos peso. Por outro lado, após seis meses, quando o balão é retirado os pacientes voltam a comer normalmente e se não se disciplinarem na alimentação e não mantiverem uma atividade física continua, poderão recuperar todo o peso após meses ou anos . Trata-se de um método não cirúrgico e a perda de peso pode se temporária para os pacientes que não mudarem o seu hábitos alimentares e abandonarem a atividade física.

Cerca de 30% dos pacientes mantem a perda de peso e 70% voltam a engordar novamente.

Bypass jejuno ileal (1956 à 1970)
As primeiras cirurgias se iniciaram na década de 50 e eram denominadas de bypass jejuno ileal, em que apenas 45cm do intestino delgado, de um total médio de 600cm, ficaram no transito intestinal para absorção dos alimentos. Embora fossem eficientes para produzir perda de peso definitivamente, tinham um grande número de complicações e após a década de 70, foram abandonadas pelos cirurgiões.


Cirurgia tipo Gastroplastia (Mason) tipo Lap Band (Banda)
Posteriormente, surgiram as cirurgias em que tentaram-se a redução de ingestão de alimentos. O mecanismo de funcionamento era impedir a ingestão de uma maior quantidade de alimentos, levando a uma menor ingestão de calorias e daí produzindo perda de peso, que varia entre 20 à 25 do peso original, ou 50 a 60% do excesso de peso.
A Gastroplastia tipo Mason e Banda Gástrica são cirurgias ainda hoje utilizadas e podem ser eficientes em obesos mórbidos com índice de massa corpórea entre 40 e 45 e que não são viciados em açúcar ou doces. Porém não são considerados com as mais efetivas e tem um risco de mortalidade um pouco menor do que as demais.

O primeiro tipo é denominado de gastroplastia tipo Mason, pois foi introduzida por esse autor nos Estados Unidos e foi muito utilizada até 1992; porem os resultados a longo prazo depois de cinco a dez anos demonstravam que os pacientes voltavam a ganhar peso, e a falha com perda menor do que 50% do excesso de peso ocorria em 30% dos pacientes. Após a década de 90 essas cirurgias foram abandonadas pelos cirurgiões americano, e hoje não representam mais de 7% das cirurgias realizadas nesse pais. Outro tipo de cirurgia de redução do estômago, tipo restritiva é a Lap Band, banda gástrica realizada na Europa há mais de dez anos e há mais de dois anos no Brasil é a cirurgia restritiva da banda gástrica, denominada de Lap Band, realizada por laparoscopia, cujos resultados são semelhantes as das gastroplastias, tipo Mason.

São cirurgias que podem ser utilizadas em alguns pacientes, embora tenham menor risco de mortalidade, são menos efetivas a longo prazo

 Bypass Gastrojejunal Tipo (Fobi-Capella)
As cirurgias atualmente mais utilizadas para o tratamento da obesidade mórbida são as cirurgias mixtas, que combinam uma redução maior ou menor do estômago com algum grau maior ou menor de desvio do intestino delgado produzindo um estado de má absorção intestinal.
A cirurgia desse tipo mais utilizada nos EEUU, é a gastroplastia vertical com bypass gastro intestinal com ou sem anel de silicone na bolsa gástrica; quando se usa o anel de silicone é denominada de tipo Fobi-Capella, em homenagem a esses dois médicos que a divulgaram nos EEUU e no resto do mundo.

Esse tipo de cirurgia combina com a diminuição definitiva da fome nos pacientes, que com um novo estomago pequeno, ingerem uma quantidade muito menor de calorias, levando a uma perda media de 35 à 40% do peso inicial, ou a uma perda media de 70 à 75% de excesso de peso em 5 à 10 anos.

Os resultados considerados satisfatórios com perda de peso acima de 50% do excesso de peso que são obtidos em 95% dos pacientes. Esse tipo de cirurgia é a que mais empregamos em nossa Clínica e no Hospital das Clínicas da Unicamp, há mais de 5 anos e em São Paulo, há mais de 9 anos. São denominados popularmente pelos doentes como cirurgia da redução do estomago, pois o estomago é reduzido em 95% da sua capacidade de volume.

O risco de mortalidade dessas cirurgias atualmente oscilam entre 0,2% à 1,5%, dependendo da gravidade do paciente. Esses índices são muito menores se considerarmos a mortalidade decorrente da obesidade mórbida em 10 à 15 anos, nos doentes não operados.

Essas cirurgias podem ser feitas por laparotomia (corte no abdômen) ou por via laparoscópica, em que alguns orifícios são feitos no abdômen sem abertura do mesmo, como por via aberta.
 

Tipos: Cirurgia de Scopinaro Duodenal - Switch
E finalmente, o outro tipo de cirurgia mixta, são as derivações bileo pancreáticas, tipo Scopinaro, idealizada por esse medico italiano em 1979, e defendida pelo mesmo no mundo todo. Posteriormente houve uma modificações da forma idealizada por Scopinaro no tratamento da obesidade mórbida. O principio dessas cirurgias é que o estômago fica maior entre 30 à 40% do tamanho original, o intestino por onde passam os alimentos e são absorvidos fica em média com 2,5 metros, e o intestino restante em torno de 4,5 metros serve como passagem das secreções do pâncreas e dó fígado, que vão se misturar com os alimentos a 50 ou 100cm finais do intestino delgado.

Com isso ocorre uma perda maior de gorduras e dos carboidratos pelas fezes, levando a um numero maior de evacuações, que variam de 4 a 6 vezes por dia no primeiro ano e depois se estabilizam em 2 a 4 evacuações por dia. A grande vantagem dessas cirurgias é que após 4 a 6 meses os pacientes ingerem a mesma quantidade de alimentos que o faziam antes da cirurgia, não havendo limitações para qualquer tipo de alimentos.

Recomenda-se sempre a menor ingestão possível de açúcar, doces, biscoitos, bolachas, etc., isto para qualquer tipo de cirurgia. Os resultados dessas cirurgias a longo prazo são excelentes com perda de 70 à 75% do excesso de peso e já são utilizadas há mais de 20 anos, principalmente a forma descrita por Scopinaro. Para alguns pacientes o odor das fezes pode se constituir em algum tipo de problema. Portanto na nossa opinião as cirurgias mixtas aqui descritas são as mais efetivas para o tratamento da obesidade mórbida.


 fonte: site www.obesidadesevera.com.br

Proibido brinquedos oferecidos pelo Mc Donalds nos EUA

Perdida em meio à eleição para o Congresso que impôs uma derrota ao governo Obama, outra votação ocorrida nesta terça-feira nos Estados Unidos fez uma vítima: o McLanche Feliz. O Conselho de Supervisores de São Francisco, na Califórnia, cuja inclinação política pode variar entre o Partido Democrata e o dadaísmo, proibiu a distribuição de brinquedos como brindes de lanches em restaurantes da cidade. Para fugir à norma, será preciso seguir padrões nutricionais relativos a calorias, sódio e gordura. O o McLanche Feliz, vale lembrar, é um pacote com sanduíche, refrigerante, batata frita e brinquedo.
A lei, aprovada por 8 votos a 3, foi patrocinada pelo supervisor Eric Mar. Ele contou que ficou horrorizado com a coleção de brinquedos de sua filha e imaginou a medida como uma maneira de dar um golpe na cadeia de lanchonetes que vende fast-food salgada e gordurosa.
O McDonald's tratou a lei como um equívoco. "Não é o que querem nossos clientes", disse Danya Proud, porta-voz da empresa, em comunicado. "Também não é algo que eles tenham pedido."
A proibição não agradou o prefeito Gavin Newson, eleito vice-governador na terça-feira. Ele havia dito que vetaria o projeto, embora os oito votos pelo "sim" sejam suficientes para sobrepor-se ao veto. "O prefeito acredita firmemente que esta é a abordagem errada para combater a questão da obesidade infantil", disse Tony Winnicker, porta-voz do prefeito.
Epidemia de obesidade — São Francisco não é a primeira cidade a proibir tais brindes. O condado de Santa Clara, no sul da Califórnia, fez a mesma coisa em abril.
Mas o Conselho de São Francisco, que tem uma relação complicada com Newson, disse que a decisão foi apoiada em alguns "fatos infelizes". Isso inclui uma descoberta recente de que quase 30% dos moradores da cidade que cursam a quinta série estão com sobrepeso.
Segundo o projeto, todas as refeições deverão ter menos de 600 calorias, menos de 640 miligramas de sódio e menos de 35% de calorias provenientes de gordura (com exceção de alguns itens saudáveis, como nozes). Se os restaurantes não seguirem as normas, não haverá mais brindes de brinquedos.


fonte: site Veja - 04/11/2010

Pesquisadores associam apneia do sono à síndrome metabólica


Pesquisadores do Instituto do Coração (Incor-USP) propõem que a apneia do sono seja considerada mais um componente da síndrome metabólica - condição associada a um risco elevado de doenças cardiovasculares. Os cientistas descobriram que a maior parte das pessoas com a síndrome tem apneia, apesar de não suspeitar. A presença da apneia poderia aumentar ainda mais o risco de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e enfartes nesses pacientes.


A síndrome metabólica reúne pelo menos três das seguintes condições: obesidade, pressão alta, diminuição do colesterol bom, aumento dos triglicérides e resistência à insulina. A apneia ajudaria a compor o quadro da síndrome, segundo os estudiosos.
O trabalho examinou 152 pacientes com síndrome metabólica por de 14 meses. Todos foram submetidos ao exame do sono por meio da polissonografia, mesmo quando não havia sintomas que recomendassem o exame. A conclusão: 92 deles (cerca de 60,5%) também sofriam de apneia enquanto dormiam. A maioria desconhecia o problema.
Segundo Geraldo Lorenzi Filho, coordenador da pesquisa, 30% da população brasileira sofre de diferentes graus de apneia, ou seja, metade dos pontos porcentuais observados nos pacientes estudados.
Com 142 quilos e 1,82 metro de altura, o engenheiro de manutenção Ricardo Teiji experimenta todos os dias o incômodo decorrente da interação entre problemas do sono e obesidade. Para ele, a altura do ronco sempre foi proporcional à marca da balança. "Minhas melhores noites foram enquanto mantive meu peso em 115 quilos", conta. "Ronco a noite inteira e durmo sentado em alguns momentos do dia."
Mas os especialistas alertam que muitos participantes no estudo não sentiam sonolência diurna e, por isso, não sabiam que sofriam de apneia do sono. "Ainda é muito subdiagnosticada", avalia o cardiologista Luciano Drager, autor principal do artigo. Para Lorenzi Filho, o trabalho mostra a conveniência de realizar exames de polissonografia para identificar apneia em pessoas com a síndrome.


O estudo também sugere que a apneia do sono não é só um coadjuvante. Ela agrava o quadro geral. Os pesquisadores analisaram, no sangue de cada paciente, a presença de substâncias associadas à síndrome metabólica - triglicérides e açúcar - e a marcadores inflamatórios que aumentam o risco cardiovascular (a proteína C reativa e o ácido úrico). Nas pessoas com apneia, os níveis dessas substâncias eram maiores que nos pacientes com síndrome metabólica e sem apneia. O resultado ratifica a tese de que pacientes com apneia podem correr um risco maior de complicações cardiovasculares, como AVC e enfarte.
Prevalência. Já se suspeitava da correlação entre síndrome metabólica e apneia. Estudos anteriores tentaram avaliar a prevalência de condições como a obesidade, o diabete e a hipertensão - que acompanham a síndrome - em pacientes com diagnóstico prévio de apneia. Os pesquisadores do Incor realizaram a análise inversa: investigaram a prevalência da apneia do sono em pessoas que já tinham diagnóstico de síndrome metabólica. "Trata-se de uma questão mais relevante, pois pode apontar um fator de risco ignorado até agora nos pacientes com a síndrome", diz Drager.
A pesquisa, que contou com a participação de especialistas da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, foi publicada na revista científica virtual PLoS One (plosone.org). "Estabelecer os motivos que conectam distúrbio de sono à síndrome simbólica é extremamente importante", afirma Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). "O estudo reforça a ideia de que uma forma de combater a apneia é por meio de exercícios físicos que contribuam com a perda de peso."
Os médicos do Incor já iniciaram uma segunda fase da pesquisa. Com a participação do grupo de reabilitação cardiovascular do Incor, eles analisarão os efeitos dos exercícios físicos em pacientes diagnosticados com os dois problemas. Eles creem que a perda de peso poderá diminuir a apneia. "Um problema a princípio neurológico poderá ser tratado com a ajuda da endocrinologia e assim evitar uma série de consequências que diminuem a qualidade de vida do paciente", diz Márcio Bezerra, neurologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Associação Brasileira do Sono (ABS).
Outra abordagem que será testada é o uso de um aparelho que impede o fechamento da garganta durante o sono - o CPAP (sigla em inglês para pressão positiva contínua de vias aéreas superiores). Segundo Drager, o objetivo é verificar se o tratamento da apneia reduz os riscos de doenças cardiovasculares em pessoas com síndrome metabólica.
GLOSSÁRIO
Apneia
Interrupção de respiração durante o sono associada a roncos mais altos.
Síndrome metabólica
Condição marcada pela presença de três dos seguintes sintomas: obesidade, níveis altos de triglicérides no sangue, níveis baixos do colesterol bom (HDL), hipertensão e diabete. Está associada a elevados riscos cardiovasculares.

fonte: A folha de São Paulo - 15/11/2010

Acne Rosácea





A rosácea é uma doença crônica e, às vezes dermatose, progressivo, apresentando tipicamente com eritema facial central, envolvendo o nariz, testa, queixo e área perioral. No entanto, ele também pode causar inflamação dos olhos e pálpebras. Independentemente da localização, rosácea afeta negativamente a qualidade de vida .Há predomínio de acometimento em pessoas de pele clara. Afeta preferencialmente adultos, podendo ocasionalmente acometer pacientes no final da adolescência; a distribuição de casos em ambos os sexos é similar.

O envolvimento cutâneo na rosácea caracteriza-se por: eritema, telangiectasia, pápula, pústula e hipertrofia das glândulas sebáceas distribuídas em áreas de rubor que incluem: fronte, nariz, região malar, queixo e o "V" do pescoço. Rinofima é um dos mais típicos sinais de acometimento cutâneo: caracteriza-se pela hipertrofia das glândulas sebáceas e é geralmente encontrada nos estágios avançados da doença

                                                                     Rinofima
                                                               Telangectasia 

Vários fatores são associados ao desenvolvimento da doença, tais como: infecção bacteriana, alergia, exposição climática, distúrbios psicossomáticos, desordens gástricas, dieta, ingestão de álcool, disfunção endócrina, anormalidades de glândulas sebáceas, infestação pelo Demodex foliculorum, etc.
                                        Varios Demodex foiculorum no poro da pele junto ao pelo

As manifestações oculares isoladamente são bastante inespecíficas para garantir diagnóstico de certeza da doença. Para isto é necessário que o envolvimento cutâneo esteja presente. Isto explica porque a rosácea ocular é pouco reconhecida, diagnosticada e tratada. Pelo menos três fatores contribuem para a falha no diagnóstico:


• Primeiro, o oftalmologista freqüentemente falha na inspeção de toda a face do paciente durante seu exame ocular externo.

• Segundo, 20% dos pacientes com manifestações oculares não específicas de rosácea ainda não desenvolveram lesões de pele.

• Terceiro, a falta de critérios para o oftalmologista fazer o diagnóstico de certeza de rosácea devido à existência de uma constelação de sinais clínicos inespecíficos.

Alguns exames laboratoriais mostraram-se importantes para o diagnóstico precoce do comprometimento ocular. O teste de Schirmer, rosa Bengala e citologia de impressão foram importantes para o diagnóstico de olho seco em pacientes portadores de rosácea.

O envolvimento ocular na rosácea pode interferir na qualidade de vida dos pacientes, uma vez tratar-se de doença crônica de morbidade considerada. O diagnóstico muitas vezes demanda a realização de vários exames laboratoriais para sua confirmação e o tratamento é prolongado, contribuindo para que haja um impacto econômico, como ausência no trabalho e restrições no tipo de atividade profissional exercida.

O diagnóstico diferencial da rosácea facial inclui acne, lúpus eritematoso sistêmico, polimiosite, sarcoidose, fotossensibilização, erupções por drogas (especialmente de iodetos e brometos), os granulomas da pele, dermatite perioral. . Para rosácea ocular, o diagnóstico diferencial pode incluir blefaroqueratoconjuntivite estafilocócica e seborréica, e carcinoma de glândulas sebáceas.

De acordo com a Sociedade Nacional de Rosácea (EUA), existem 4 subtipos: eritêmato, papulopustular, phymatous (hiperplasia de tecidos e nódulos) e ocular, mas estes são ainda classificados por gravidade com base no número de pápulas / pústulas e placas.Além disso, a classificação de rosácea, outros factores que determinam a escolha ideal da farmacoterapia incluem a gravidade da rosácea ea resposta aos tratamentos anteriores. A qualidade dos estudos de avaliação de tratamentos rosacea é geralmente pobre, de acordo com uma revisão Cochrane 2005.

A estratégia de tratamento inicial para a rosácea, especialmente para os subtipos eritêmato e papulopustular, é evitar fatores desencadeantes conhecidos ou agravantes, sempre que possível.

 Para pacientes com rosácea leve, metronidazol tópico sulfacetamide / ácido sulfúrico, e azelaico geralmente são eficazes e têm menos risco de eventos adversos, interações medicamentosas e resistência aos antibióticos vs tratamentos sistêmicos.

 A escolha de primeira linha para a rosácea papulopustular moderada é a terapia da combinação com tetraciclinas orais e agentes tópicos. O tratamento com metronidazol ou outro agente tópico pode ajudar os pacientes a manter a remissão.

 O tratamento a longo prazo com antibióticos por via oral e gel de metronidazol pode ser necessário para pacientes com comprometimento ocular. Para os pacientes que têm rosácea ocular com complicações oftalmológicas, rosácea graves ou persistentes, ou alterações phymatous, a referência a um subspecialista é necessária.

referencias bibloigráficas:
1. Barclay, L.,Treatment of Acne Rosacea Reviewed, Am Fam Physician. 2009;80:461-468
2. Lima, K.B.de O., Análise do custo-benefício da avaliação ocular de pacientes portadores de rosácea,
Arq. Bras. Oftalmol. vol.68 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2005

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Transaplante de células-tronco em paciente com Diabetes (Parte 2 de 2)

Transaplante de células-tronco em pacientes com Diabetes



O endocrinologista Dr. Carlos Eduardo Barra Couri, pertence a uma equipe multidisciplinar da USP de Ribeirão Preto, pioneira no transplante de célula-tronco em diabéticos. A pesquisa foi aprovada pela ANVISA e, no final do ano passado, também pela FDA nos Estados Unidos.
Couri explicou como é feito o transplante e quais os resultados até agora. O médico falou que o transplante funciona em pacientes com diabetes do tipo 1, e que, dos 25 transplantados, 21 nunca mais precisaram usar insulina. Ele também falou sobre os dois diferentes tipos de diabetes e os cuidados que diabéticos devem ter com os pés.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Micoses nas unhas: como reconhecê-las?

As onicomicoses (micoses nas unhas) são infecções fúngicas ( causadas por fungos) freqüentes, responsáveis por 15 a 40% das doenças ungueais. O número de pessoas afetadas está em crescimento o que pode ser explicado por fatores como aumento da incidência de imunodeficiências (defeito da defesa do organismo) e da idade da população, melhora da vigilância médica, e dos cuidados, tanto do médico quanto do paciente, em relação às unhas. 

Entre certos grupos de pessoas, como mineiros de carvão, pessoal das forças armadas, nadadores freqüentes, escolares, e desportistas, entre outros, a prevalência das infecções fúngicas dos pés, entre elas as onicomicoses, podem ser, na realidade, muito mais elevada do que o observado em alguns inquéritos epidemiológicos realizados até agora. O uso de calçados fechados e/ou úmidos, a vida em comunidade, o andar descalço em banheiros públicos, e a freqüência de trauma, são fatores que influenciam essa elevada taxa de prevalência.

Essas afecções cosmopolitas são recalcitrantes e ainda consideradas incuráveis por alguns autores. Com freqüência vistas como um problema meramente estético, negligenciadas em sua importância, de tratamento prolongado e resultados, em geral, desapontadores, tanto para o médico quanto para o paciente, as onicomicoses precisam ter seu real significado estabelecido de uma maneira categórica, ou seja, estão associadas a desconforto físico e psicológico e podem de modo significativo interferir com o bem estar e a qualidade de vida do paciente.

As unhas têm várias funções, entre elas a de pegar e manipular objetos, proteger o tecido da ponta dos dedos, tanto das mãos quanto dos pés, além de poderem refletir doenças e condições graves cutâneas ou mesmos internas, através de suas alterações. Cobrem um quinto da superfície dos dedos e na unha do hálux chegam a cobrir 50%. São compostas por queratina, uma proteína endurecida encontrada também na pele e nos cabelos e produzidas pelas células da matriz da unha. Essa proteína da lâmina ungueal, bem como a área que a rodeia, o tecido sub e periungueal, podem ser facilmente colonizadas por uma imensa gama de germes.



Há, por vezes, grande dificuldade para se chegar a diagnóstico de infecção fúngica das unhas, o que ocorre tanto em relação ao seu diagnóstico diferencial com outras onicopatias, quanto à etiologia da própria onicomicose, o que implicará em diferentes tratamentos. 

Manifestações clínicas

As alterações ungueais das onicomicoses a serem observadas e que auxiliam nessa diferenciação das onicopatias são principalmente: onicólise, hiperceratose subungueal, alterações de coloração, como leuconíquia e melanoníquia, e distrofias, entre outras. 

A onicólise  se caracteriza por um descolamento da unha de seu leito na sua região distal e/ou lateral, dando um aspecto esbranquiçado e criando um espaço subungueal onde se acumulam germes, sujeira, queratina e outros detritos. Nesses casos é preciso ter certos cuidados como evitar traumatismo, detergentes e certos medicamentos, além de tentar erradicar os fungos e bactérias porventura presentes, e afastar a possibilidade de psoríase. 



A hiperceratose subungueal ,ocorre não só nas infecções por fungo. Podem ser congênita ou adquirida, ocorre por hiperplasia epitelial dos tecidos subungueais devido à doença cutânea exsudativa ou por doenças crônicas inflamatórias que envolvem a região, incluindo as infecções fúngicas.



As alterações de coloração das unhas podem ser de várias tonalidades, sendo as que mais aparecem na infecção por fungo são a leuconíquia e a melanoníquia. A leuconíquia verdadeira pode ser completa ou parcial. Sua forma total familiar é muito rara e ocorre por crescimento muito acelerado das unhas. As formas secundárias, chamadas por alguns autores de pseudoleuconíquia , causadas principalmente por fungo, traumatismo ou esmalte de unha, são bastante comuns. Pode haver também uma ceratinização imperfeita da lâmina ungueal por pequeno dano à matriz da unha ou por uma micose, sendo que nesses casos observam-se pontos esbranquiçados na mesma. A melanoníquia também pode ser parcial ou completa e se manifesta por pontos ou linhas escuras na unha. Suas causas são medicamentos, nevo, melanoma, infecção por Candida entre outros fungos, e por bactérias como a Pseudomonas. Seu tratamento deve ser no sentido de eliminar a causa, ou seja, antifúngico para onicomicose, antibiótico para infecção por bactéria, evitar certas drogas, além de biopsiar e retirar a lesão, se a suspeita for de nevo e/ou melanoma.

                                                      leuconíquia
                                                         leuconíquia


As distrofias ungueais parciais vão desde unhas frágeis, quebradiças, com fendas longitudinais ou transversais, chegando até à alteração completa da lâmina ungueal. As causas das alterações leves são várias, desde um simples processo relacionado à idade, exposição exagerada a detergentes, uso de esmaltes, removedores e outras substâncias que ressecam as unhas. Nesses casos alguns cuidados, como evitar traumatismo, detergentes, acetona e produtos com polímeros de acrílico, e usar hidratantes nas unhas e produtos com fibras de nylon para endurecimento temporário, podem melhorar o aspecto das unhas. As formas graves com distrofia quase total  estão, em geral, associadas a outras doenças e/ou infecções.
O diagnóstico diferencial mais importante das onicomicoses deve ser feito com o psoríase apresenta caracteristicamente pitting, descoloração da unha, onicólise e hiperceratose subungueal, chegando até à distrofia total em alguns casos. As lesões ungueais de líquen plano  evidenciam-se por estrias longitudinais, pterigium ungueal, perda da unha e também hiperceratose subungueal. As lesões traumáticas, em geral, mostram leuconíquia, hemorragia e alteração da pigmentação. A fotoonicólise por drogas, entre elas a tetraciclina, provoca alteração da pigmentação e onicólise. Já os pacientes com paquioníquia congênita apresentam hiperceratose, elevação e pigmentação da lâmina. 




Agentes Etiológicos
As infecções fúngicas das unhas são causadas por três principais grupos de fungos. A maioria delas é, sem dúvida alguma, provocada por dermatófitos, em geral associada a envolvimento das áreas de pele adjacentes, mas fungos filamentosos não-dermatófito e leveduras também causam onicomicose. Os fungos envolvidos em menor freqüência, como espécies de Scytalidium, podem ser influenciados pelo local geográfico, já que é mais encontrado nas infecções de pele e unha ocorre em países tropicais e subtropicais. É comum a associação de fungos ou a co-participação de bactérias numa mesma lesão ungueal, o que pode mudar completamente o aspecto da alteração. A importância de se chegar ao agente causal em cada paciente, e mesmo de se descobrir os casos com multietiologia, é da maior importância para o tratamento, já que as drogas antifúngicas têm diferentes espectros de ação.

A chamada tinea da unha é a onicomicose causada exclusivamente por dermatófito. É eminentemente crônica, manifestando-se por descolamento da unha, hiperceratose subungueal, chegando até a destruição parcial ou total da unha. Esses fungos caracterizam-se por apresentar duas fases evolutivas, a assexuada, na qual pode ser parasita, e a sexuada, quando é saprófita do meio ambiente. Na fase parasitária, os gêneros são denominados de Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. As espécies mais freqüentemente encontradas como causadoras de tinea da unha são o T. rubrum e o T. mentagrophytes . 

A candidíase ungueal e periungueal dão um aspecto um pouco diverso da infecção por dermatófito; provocam o descolamento e deformação da unha, além de lesão eritematoedematosa periungueal, denominada de paroníquia . Os fungos filamentosos não dermatófitos causam alterações ungueais na maior parte das vezes indistinguíveis dos outros dois grupos.


Diagnóstico
O diagnóstico diferencial das onicomicoses deve ser feito, em especial, com psoríase, líquen plano, lesões traumáticas, fotoonicólise, e paquioníquia congênita, problemas que podem produzir alterações subungueais muito semelhantes às infecções fúngicas. 

O diagnóstico das onicomicoses é feito pelo exame direto do raspado das lesões, quando são observados artrósporos e hifas septadas nas infecções por dermatófitos. Esses fungos crescem na cultura em meio de Sabouraud, e cada espécie tem características próprias. Para diagnosticar a infecção ungueal causada pelo gênero Candida é preciso evidenciar, no exame direto do material das lesões, o pseudomicélio e os blastosporos característicos desses fungos, além de seu crescimento também na cultura em meio de Sabouraud.

Há autores que defendem a biópsia de unha sempre que há dificuldade em se diagnosticar um fungo, em especial quando a suspeita recai sobre um fungo saprófita, mas nem sempre isto é possível na prática clínica. 

Tratamento
Em comparação com as drogas anti-fúngicas utilizadas antes da década de noventa (griseofulvina e cetoconazol), a evolução terapêutica dos últimos anos, com o surgimento de drogas para uso tópico, oral e/ou parenteral, como a amorolfina, ciclopirox, itraconazol, terbinafina, fluconazol, entre outras, tem permitido índices muito maiores de cura, menor tempo de tratamento e maior segurança para os pacientes. São todos medicamentos que devem ser prescritos e ter seu uso acompanhado por dermatologista, já que todos têm potencial de provocar efeitos adversos e interações medicamentosas mais ou menos graves. Além disso, para se conseguir a cura dessas afecções, é imprescindível corrigir os fatores predisponentes e\ou agravantes que porventura existam, como o excesso de umidade local, além de tratar doenças subjacentes, como o diabetes mellitus e problemas circulatórios nos membros inferiores. 

fonte: SILVA, M.R. e, ONICOMICOSES - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Dermatologia Atual 2000;6(1)27-34

Entendendo melhor a Diabetes



Dizer que uma pessoa tem diabetes é o mesmo que dizer que ela tem uma quantidade de açúcar no sangue acima do que seria normalmente esperado. Aparentemente isso pode não explicar muito, mas acontece que o excesso de açúcar e as alterações hormonais que o acompanham costumam agredir os vasos sanguíneos e alguns dos principais órgãos do nosso corpo. A pergunta que logo vem à mente, então, é: por que essas pessoas acumulam quantidade maior de açúcar no sangue? A resposta está ligada a um hormônio bastante conhecido: a insulina.
Para entender melhor, imagine que você esteja dirigindo e seu carro começa a falhar. No painel, uma luz indica que é preciso reabastecê-lo. Após encher o tanque, o automóvel volta a funcionar. Agora pense na mesma situação acontecendo com o seu corpo. Assim como o veículo, a máquina humana precisa de combustível para entrar em ação. Se faltar gasolina, o organismo sofre as conseqüências. Nosso combustível é a glicose (açúcar) retirada dos alimentos, que produz a energia necessária para sobrevivermos. Da mesma forma que a gasolina necessita de uma mangueira para ser colocada no tanque, a glicose precisa da insulina, hormônio fabricado no pâncreas que facilita a entrada do açúcar nas células. Só que para quem tem diabetes esse mecanismo não funciona assim. Quando o organismo não produz, produz insuficientemente ou não processa a insulina de forma adequada, a glicose não consegue chegar dentro da célula. Parte dela é eliminada na urina e o restante vai se acumulando no sangue, tornando-se tóxica e podendo levar a uma série de conseqüências.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que tem por função facilitar a entrada de açúcar no interior das células. Esse açúcar, representado principalmente pela glicose, é fundamental para que a célula produza energia para sobreviver. Assim, a insulina circula pelo sangue e "abre as portas" das células para a entrada da glicose. Portanto, fica fácil entender porque a falta de insulina faz com que as células não consigam aproveitar a glicose como fonte de energia. É como se nossas células tivessem alimento à sua disposição, mas não conseguissem abrir a boca para comê-lo.

Diabetes tipo 1
Em geral, o diabetes tipo 1 se inicia na infância ou na adolescência e necessita ser tratado com insulina durante toda a vida. Nesse tipo de diabetes, o pâncreas progressivamente não consegue mais produzir insulina em quantidades suficientes até chegar ao ponto de incapacidade total.
O diabetes tipo 1 manifesta-se geralmente de maneira abrupta, com sintomas importantes de hiperglicemia (excesso de sede e fome, aumento do volume e freqüência da urina), acompanhados de perda de peso.
A doença aparece de forma tão repentina que, muitas vezes, o diagnóstico é feito somente quando a pessoa chega ao pronto-socorro com sintomas bastante intensos, como profundo mal-estar, desidratação, queda da consciência e níveis de glicemia sempre muito altos, na faixa dos 400 a 600 mg/dL. O hálito torna-se adocicado (conhecido como hálito cetônico), em função da grande quantidade de cetonas. As cetonas são fruto da quebra de moléculas de gordura que procuram substituir a glicose como fonte de energia.

Diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 está bastante relacionado ao excesso de peso, mas também influem fatores como o tabagismo, o sedentarismo, a hipertensão arterial e o histórico familiar. Em geral, surge em adultos a partir dos 30-40 anos ou em adolescentes que já apresentam excesso de peso. É o tipo mais comum de diabetes, correspondendo a 90% de todos os casos.
No diabetes tipo 2, o pâncreas inicialmente funciona bem. O problema está nas células de nosso corpo, principalmente dos músculos e de órgãos como o fígado, que mesmo na presença de insulina não conseguem absorver bem a glicose do sangue. Trata-se de um defeito genético que pode ser agravado por diferentes fatores de risco.
Diferentemente do diabetes tipo 1, em que os sintomas surgem de forma abrupta e de maneira pronunciada, o diabetes tipo 2 apresenta poucos sintomas, mas pode manifestar as mesmas complicações crônicas do diabetes tipo 1. Por isso, é fundamental que se examinem periodicamente os níveis de glicemia, principalmente a partir dos 40 anos ou naqueles que têm aumento de peso, colesterol elevado ou pressão alta.

O diagnóstico do diabetes tipo 2 pode ser feito por qualquer um dos três critérios* abaixo:
Critéro 1: Glicemia de jejum igual ou maior que 126 mg/dL (após jejum de pelo menos 8 horas).
Critério 2: Glicemia acima de 200 mg/dL pelo menos duas horas após uma refeição ou a ingestão de 75g de glicose diluída em água (este teste é chamado de Teste Oral de Tolerância à Glicose ou TOTG, sendo realizado em laboratório).
Critério 3: Glicemia colhida a qualquer hora do dia (independente do fato de se ter alimentado ou não) acima de 200 mg/dL, desde que já haja sintomas de glicemia elevada (muita fome e sede, grande volume de urina e/ou perda inexplicável de peso).

Pré-diabetes
O pré-diabetes deve ser motivo de preocupação. Afinal, é um alerta de que algo precisa ser feito antes que o diabetes tipo 2 chegue para ficar. Geralmente, o pré-diabetes surge quando as células começam a apresentar dificuldades para absorver a glicose do sangue, mesmo quando o pâncreas ainda produz boas quantidades de insulina. Por esse motivo, o pré-diabetes é também chamado de intolerância à glicose ou de resistência à insulina.
Nestes casos, a hiperglicemia encontra-se em um nível intermediário entre a normalidade e o diabetes tipo 2. Assim, a glicemia colhida em jejum está entre 100 e 126 mg/dL e/ou o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) está entre 140 e 199 mg/dL.

Na maioria das vezes, o pré-diabetes não tem sintomas. Por isso, é recomendável examinar os níveis de glicemia periodicamente, principalmente após os 40 anos, uma vez que o próprio pré-diabetes já traz riscos aumentados de doenças cardiovasculares e, a qualquer momento, pode se tornar diabetes tipo 2. Vale a pena conversar com seu médico sobre isso.

Diabetes Gestacional
Aparece durante a gravidez e costuma desaparecer após o parto. Todavia, em alguns casos, pode voltar depois da gravidez, a qualquer tempo, e se estabelecer na mulher com as mesmas características do pré-diabetes ou do diabetes tipo 2.

Durante a gravidez são necessários cuidados médicos bastante rígidos, pois há um grande risco de os bebês apresentarem problemas ao nascer. No pré-natal, já na primeira consulta, o médico é capaz de fazer uma avaliação geral dos riscos de diabetes gestacional. Mulheres com excesso de peso antes da gestação ou que já tiveram filhos nascidos com mais de 4 ou 5 quilos ou ainda que já tiveram diabetes em gestações anteriores são as que têm maiores chances.

A ocorrência geral de diabetes gestacional pode variar de 1% a 14%, dependendo da população estudada e dos critérios diagnósticos utilizados.

EVITE AS COMPLICAÇÕES
Muitas vezes , ou na maioria das vezes, os pacientes com diabetes de recusam e não se importam em realizar o tratamento de forma adequada, normalmente por se dizes estar " sem sintomas". Porém, mesmo estando sem sintomas, as complicações podem acontecer.

Diabetes e os olhos
O diabetes é a principal causa de lesões da retina (parte posterior do olho, onde a luz é focalizada e processada para que as imagens sejam enviadas para o cérebro) e, por conseqüência, uma das principais causas de cegueira em jovens adultos. É a chamada retinopatia diabética. O excesso de glicose no sangue ataca os pequenos vasos sanguíneos que chegam até os olhos, principalmente à retina. Uma vez que esses vasos sejam destruídos, a retina não terá mais energia para funcionar e a cegueira poderá ocorrer rapidamente. Por isso, é fundamental fazer o diagnóstico precoce de qualquer alteração.


Diabetes e os rins
O mau controle do diabetes, seja ele do tipo 1 ou 2, é a principal causa de insuficiência renal em todo o mundo. Para se ter uma idéia, de 40% a 50% dos pacientes submetidos atualmente à diálise apresentam nefropatia diabética. Uma das funções dos rins é impedir que substâncias importantes para o organismo sejam eliminadas pela urina, dentre elas, a albumina, um tipo de proteína do sangue. Por essa razão, uma das maneiras mais características de se detectar o quanto os níveis excessivos de glicose estão afetando os rins é verificar se está ocorrendo uma perda inesperada de albumina na urina, mesmo que em pequenas quantidades. É a chamada microalbuminúria. Quando esta microalbuminúria for percebida, é hora de intensificar o controle da glicemia.

Diabetes e o sistema nervoso
Níveis elevados de glicemia podem atacar qualquer nervo do nosso corpo e prejudicar suas funções. Esse outro efeito prejudicial da hiperglicemia é conhecido como neuropatia diabética, que pode se manifestar de várias maneiras.

Neuropatia periférica: Os nervos localizados na periferia do corpo, como as extremidades dos pés e das mãos, podem ser afetados pelo excesso de glicose no sangue, resultando em adormecimento, formigamento e sensação de queimação ou choque nas áreas atingidas. Outro efeito possível é dor intensa, principalmente durante a noite, que acaba prejudicando o bom sono.

                                                                          Pé diabético

Neuropatia autonômica: A hiperglicemia não controlada, da mesma forma que agride os nervos das extremidades do corpo, podem também atingir os do sistema nervoso autonômico, que controlam o funcionamento de órgãos como o coração, estômago, intestinos, bexiga e vasos sanguíneos.

Diabetes e complicações vasculares
Cerca de 75% das pessoas com diabetes tipo 2 costumam apresentar doenças cardíacas, principalmente em função do processo de agressão que sofrem as artérias coronárias (responsáveis por levar sangue aos músculos do coração) causado pelo excesso de glicose no sangue. Lembre-se de que o risco de ataques cardíacos é duas a três vezes maior em pessoas com diabetes.
A normalização dos níveis de glicemia pode reduzir o risco de ataques cardíacos (infartos do miocárdio) em até 50%, ainda mais se outros fatores de risco como altos níveis de colesterol, hipertensão e tabagismo também forem controlados.
Da mesma forma que agride as artérias coronárias, a glicose não perdoa as artérias que levam sangue ao cérebro. Pouco sangue no cérebro significa pouco oxigênio para suas células e, conseqüentemente, prejuízo de suas funções em geral e alto risco de derrames.


Outras complicações crônicas
Derrames (AVC), hipertensão, cegueira, nefropatias, complicações na gravidez e problemas dentários.




É possível tratar o diabetes sem remédios?

Se falarmos do diabetes tipo 1, podemos dizer que não. Mas falaremos disso mais adiante. Quanto ao diabetes tipo 2, a resposta é sim, é possível tratar o diabetes sem remédios, embora muitas vezes não seja das tarefas mais fáceis. Existem quatro possibilidades gerais de tratamento do diabetes tipo 2.

1ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso.

2ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso + atividades físicas.

3ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso + atividades físicas + antidiabéticos orais.

4ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso + atividades físicas + insulina, com ou sem a utilização concomitante de antidiabéticos orais.


Na última década, houve grande progresso no tratamento do diabetes, com o lançamento de várias opções de medicamentos, sejam novos tipos de insulina ou antidiabéticos orais.
No tratamento do diabetes tipo 1 devem ser sempre estimulados a perda de peso, alimentação saudável e hábito regular de atividades físicas. É preciso também fazer uso de algum tipo de insulina, com ou sem a utilização concomitante de antidiabéticos orais nos casos mais avançados.


Já para o diabetes tipo 2, os medicamentos atuais permitem criar novos esquemas de tratamento, aumentando a possibilidade de personalização de acordo com as necessidades específicas de cada um.
É importante lembrar que o diabetes tipo 2 tende a piorar no decorrer dos anos, principalmente se não for bem tratado, havendo diminuição progressiva da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. Isso, quase invariavelmente, leva à necessidade de avaliações periódicas do esquema de tratamento. Um esquema de tratamento que foi capaz de proporcionar um bom controle há um ano poderá não mais ser adequado no momento.
A adoção de tratamentos combinados com dois ou mais antidiabéticos orais de diferentes mecanismos de ação pode tornar-se necessária. Se, mesmo assim, o tratamento vier a ter seus efeitos reduzidos, a combinação de antidiabéticos orais com insulina poderá ser a opção

fonte: site Sanofi Aventis.