Queridos visitantes,
Este blog está direcionado a informação sobre problemas ambientais e de saúde. Recebo muitos posts pedindo ajuda mas infelizmente não é possíve realizar "consultas virtuais". Mandem suas dúvidas mas não me peçam orientação de tratamento. Tentarei ajudar até o limite da ética. Obrigada

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Entendendo melhor a Diabetes



Dizer que uma pessoa tem diabetes é o mesmo que dizer que ela tem uma quantidade de açúcar no sangue acima do que seria normalmente esperado. Aparentemente isso pode não explicar muito, mas acontece que o excesso de açúcar e as alterações hormonais que o acompanham costumam agredir os vasos sanguíneos e alguns dos principais órgãos do nosso corpo. A pergunta que logo vem à mente, então, é: por que essas pessoas acumulam quantidade maior de açúcar no sangue? A resposta está ligada a um hormônio bastante conhecido: a insulina.
Para entender melhor, imagine que você esteja dirigindo e seu carro começa a falhar. No painel, uma luz indica que é preciso reabastecê-lo. Após encher o tanque, o automóvel volta a funcionar. Agora pense na mesma situação acontecendo com o seu corpo. Assim como o veículo, a máquina humana precisa de combustível para entrar em ação. Se faltar gasolina, o organismo sofre as conseqüências. Nosso combustível é a glicose (açúcar) retirada dos alimentos, que produz a energia necessária para sobrevivermos. Da mesma forma que a gasolina necessita de uma mangueira para ser colocada no tanque, a glicose precisa da insulina, hormônio fabricado no pâncreas que facilita a entrada do açúcar nas células. Só que para quem tem diabetes esse mecanismo não funciona assim. Quando o organismo não produz, produz insuficientemente ou não processa a insulina de forma adequada, a glicose não consegue chegar dentro da célula. Parte dela é eliminada na urina e o restante vai se acumulando no sangue, tornando-se tóxica e podendo levar a uma série de conseqüências.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que tem por função facilitar a entrada de açúcar no interior das células. Esse açúcar, representado principalmente pela glicose, é fundamental para que a célula produza energia para sobreviver. Assim, a insulina circula pelo sangue e "abre as portas" das células para a entrada da glicose. Portanto, fica fácil entender porque a falta de insulina faz com que as células não consigam aproveitar a glicose como fonte de energia. É como se nossas células tivessem alimento à sua disposição, mas não conseguissem abrir a boca para comê-lo.

Diabetes tipo 1
Em geral, o diabetes tipo 1 se inicia na infância ou na adolescência e necessita ser tratado com insulina durante toda a vida. Nesse tipo de diabetes, o pâncreas progressivamente não consegue mais produzir insulina em quantidades suficientes até chegar ao ponto de incapacidade total.
O diabetes tipo 1 manifesta-se geralmente de maneira abrupta, com sintomas importantes de hiperglicemia (excesso de sede e fome, aumento do volume e freqüência da urina), acompanhados de perda de peso.
A doença aparece de forma tão repentina que, muitas vezes, o diagnóstico é feito somente quando a pessoa chega ao pronto-socorro com sintomas bastante intensos, como profundo mal-estar, desidratação, queda da consciência e níveis de glicemia sempre muito altos, na faixa dos 400 a 600 mg/dL. O hálito torna-se adocicado (conhecido como hálito cetônico), em função da grande quantidade de cetonas. As cetonas são fruto da quebra de moléculas de gordura que procuram substituir a glicose como fonte de energia.

Diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 está bastante relacionado ao excesso de peso, mas também influem fatores como o tabagismo, o sedentarismo, a hipertensão arterial e o histórico familiar. Em geral, surge em adultos a partir dos 30-40 anos ou em adolescentes que já apresentam excesso de peso. É o tipo mais comum de diabetes, correspondendo a 90% de todos os casos.
No diabetes tipo 2, o pâncreas inicialmente funciona bem. O problema está nas células de nosso corpo, principalmente dos músculos e de órgãos como o fígado, que mesmo na presença de insulina não conseguem absorver bem a glicose do sangue. Trata-se de um defeito genético que pode ser agravado por diferentes fatores de risco.
Diferentemente do diabetes tipo 1, em que os sintomas surgem de forma abrupta e de maneira pronunciada, o diabetes tipo 2 apresenta poucos sintomas, mas pode manifestar as mesmas complicações crônicas do diabetes tipo 1. Por isso, é fundamental que se examinem periodicamente os níveis de glicemia, principalmente a partir dos 40 anos ou naqueles que têm aumento de peso, colesterol elevado ou pressão alta.

O diagnóstico do diabetes tipo 2 pode ser feito por qualquer um dos três critérios* abaixo:
Critéro 1: Glicemia de jejum igual ou maior que 126 mg/dL (após jejum de pelo menos 8 horas).
Critério 2: Glicemia acima de 200 mg/dL pelo menos duas horas após uma refeição ou a ingestão de 75g de glicose diluída em água (este teste é chamado de Teste Oral de Tolerância à Glicose ou TOTG, sendo realizado em laboratório).
Critério 3: Glicemia colhida a qualquer hora do dia (independente do fato de se ter alimentado ou não) acima de 200 mg/dL, desde que já haja sintomas de glicemia elevada (muita fome e sede, grande volume de urina e/ou perda inexplicável de peso).

Pré-diabetes
O pré-diabetes deve ser motivo de preocupação. Afinal, é um alerta de que algo precisa ser feito antes que o diabetes tipo 2 chegue para ficar. Geralmente, o pré-diabetes surge quando as células começam a apresentar dificuldades para absorver a glicose do sangue, mesmo quando o pâncreas ainda produz boas quantidades de insulina. Por esse motivo, o pré-diabetes é também chamado de intolerância à glicose ou de resistência à insulina.
Nestes casos, a hiperglicemia encontra-se em um nível intermediário entre a normalidade e o diabetes tipo 2. Assim, a glicemia colhida em jejum está entre 100 e 126 mg/dL e/ou o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) está entre 140 e 199 mg/dL.

Na maioria das vezes, o pré-diabetes não tem sintomas. Por isso, é recomendável examinar os níveis de glicemia periodicamente, principalmente após os 40 anos, uma vez que o próprio pré-diabetes já traz riscos aumentados de doenças cardiovasculares e, a qualquer momento, pode se tornar diabetes tipo 2. Vale a pena conversar com seu médico sobre isso.

Diabetes Gestacional
Aparece durante a gravidez e costuma desaparecer após o parto. Todavia, em alguns casos, pode voltar depois da gravidez, a qualquer tempo, e se estabelecer na mulher com as mesmas características do pré-diabetes ou do diabetes tipo 2.

Durante a gravidez são necessários cuidados médicos bastante rígidos, pois há um grande risco de os bebês apresentarem problemas ao nascer. No pré-natal, já na primeira consulta, o médico é capaz de fazer uma avaliação geral dos riscos de diabetes gestacional. Mulheres com excesso de peso antes da gestação ou que já tiveram filhos nascidos com mais de 4 ou 5 quilos ou ainda que já tiveram diabetes em gestações anteriores são as que têm maiores chances.

A ocorrência geral de diabetes gestacional pode variar de 1% a 14%, dependendo da população estudada e dos critérios diagnósticos utilizados.

EVITE AS COMPLICAÇÕES
Muitas vezes , ou na maioria das vezes, os pacientes com diabetes de recusam e não se importam em realizar o tratamento de forma adequada, normalmente por se dizes estar " sem sintomas". Porém, mesmo estando sem sintomas, as complicações podem acontecer.

Diabetes e os olhos
O diabetes é a principal causa de lesões da retina (parte posterior do olho, onde a luz é focalizada e processada para que as imagens sejam enviadas para o cérebro) e, por conseqüência, uma das principais causas de cegueira em jovens adultos. É a chamada retinopatia diabética. O excesso de glicose no sangue ataca os pequenos vasos sanguíneos que chegam até os olhos, principalmente à retina. Uma vez que esses vasos sejam destruídos, a retina não terá mais energia para funcionar e a cegueira poderá ocorrer rapidamente. Por isso, é fundamental fazer o diagnóstico precoce de qualquer alteração.


Diabetes e os rins
O mau controle do diabetes, seja ele do tipo 1 ou 2, é a principal causa de insuficiência renal em todo o mundo. Para se ter uma idéia, de 40% a 50% dos pacientes submetidos atualmente à diálise apresentam nefropatia diabética. Uma das funções dos rins é impedir que substâncias importantes para o organismo sejam eliminadas pela urina, dentre elas, a albumina, um tipo de proteína do sangue. Por essa razão, uma das maneiras mais características de se detectar o quanto os níveis excessivos de glicose estão afetando os rins é verificar se está ocorrendo uma perda inesperada de albumina na urina, mesmo que em pequenas quantidades. É a chamada microalbuminúria. Quando esta microalbuminúria for percebida, é hora de intensificar o controle da glicemia.

Diabetes e o sistema nervoso
Níveis elevados de glicemia podem atacar qualquer nervo do nosso corpo e prejudicar suas funções. Esse outro efeito prejudicial da hiperglicemia é conhecido como neuropatia diabética, que pode se manifestar de várias maneiras.

Neuropatia periférica: Os nervos localizados na periferia do corpo, como as extremidades dos pés e das mãos, podem ser afetados pelo excesso de glicose no sangue, resultando em adormecimento, formigamento e sensação de queimação ou choque nas áreas atingidas. Outro efeito possível é dor intensa, principalmente durante a noite, que acaba prejudicando o bom sono.

                                                                          Pé diabético

Neuropatia autonômica: A hiperglicemia não controlada, da mesma forma que agride os nervos das extremidades do corpo, podem também atingir os do sistema nervoso autonômico, que controlam o funcionamento de órgãos como o coração, estômago, intestinos, bexiga e vasos sanguíneos.

Diabetes e complicações vasculares
Cerca de 75% das pessoas com diabetes tipo 2 costumam apresentar doenças cardíacas, principalmente em função do processo de agressão que sofrem as artérias coronárias (responsáveis por levar sangue aos músculos do coração) causado pelo excesso de glicose no sangue. Lembre-se de que o risco de ataques cardíacos é duas a três vezes maior em pessoas com diabetes.
A normalização dos níveis de glicemia pode reduzir o risco de ataques cardíacos (infartos do miocárdio) em até 50%, ainda mais se outros fatores de risco como altos níveis de colesterol, hipertensão e tabagismo também forem controlados.
Da mesma forma que agride as artérias coronárias, a glicose não perdoa as artérias que levam sangue ao cérebro. Pouco sangue no cérebro significa pouco oxigênio para suas células e, conseqüentemente, prejuízo de suas funções em geral e alto risco de derrames.


Outras complicações crônicas
Derrames (AVC), hipertensão, cegueira, nefropatias, complicações na gravidez e problemas dentários.




É possível tratar o diabetes sem remédios?

Se falarmos do diabetes tipo 1, podemos dizer que não. Mas falaremos disso mais adiante. Quanto ao diabetes tipo 2, a resposta é sim, é possível tratar o diabetes sem remédios, embora muitas vezes não seja das tarefas mais fáceis. Existem quatro possibilidades gerais de tratamento do diabetes tipo 2.

1ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso.

2ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso + atividades físicas.

3ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso + atividades físicas + antidiabéticos orais.

4ª possibilidade

Alimentação saudável + perda de peso + atividades físicas + insulina, com ou sem a utilização concomitante de antidiabéticos orais.


Na última década, houve grande progresso no tratamento do diabetes, com o lançamento de várias opções de medicamentos, sejam novos tipos de insulina ou antidiabéticos orais.
No tratamento do diabetes tipo 1 devem ser sempre estimulados a perda de peso, alimentação saudável e hábito regular de atividades físicas. É preciso também fazer uso de algum tipo de insulina, com ou sem a utilização concomitante de antidiabéticos orais nos casos mais avançados.


Já para o diabetes tipo 2, os medicamentos atuais permitem criar novos esquemas de tratamento, aumentando a possibilidade de personalização de acordo com as necessidades específicas de cada um.
É importante lembrar que o diabetes tipo 2 tende a piorar no decorrer dos anos, principalmente se não for bem tratado, havendo diminuição progressiva da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. Isso, quase invariavelmente, leva à necessidade de avaliações periódicas do esquema de tratamento. Um esquema de tratamento que foi capaz de proporcionar um bom controle há um ano poderá não mais ser adequado no momento.
A adoção de tratamentos combinados com dois ou mais antidiabéticos orais de diferentes mecanismos de ação pode tornar-se necessária. Se, mesmo assim, o tratamento vier a ter seus efeitos reduzidos, a combinação de antidiabéticos orais com insulina poderá ser a opção

fonte: site Sanofi Aventis.

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